sábado, 30 de novembro de 2013

O Homem Que Prendeu José Genoíno

O Homem que Prendeu José Genoíno (Geraldo)

Brasão da República
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ
Sem supervisão
Sessão: 148.3.52.O - Hora: 15:27 - Fase: HO
Orador: LÍCIO AUGUSTO - Data: 24/06/2005


SR. PRESIDENTE (Jair Bolsonaro) - Dando prosseguimento a esta sessão solene, como ponto principal deste evento, ouviremos a palavra de um herói do Araguaia, o Coronel Lício Augusto, que foi o autor da prisão de José Genoino. (Palmas.)
Quero convidar também para compor a Mesa o Sr. Coronel Nestor da Silva, veterano da 2ª Guerra Mundial.(Palmas.)
Com a palavra o Sr. Lício Augusto.
O SR. LÍCIO AUGUSTO - Srs. Congressistas, demais autoridades presentes, minhas senhoras, meus senhores, não é preciso dizer da minha emoção por ter encontrado aqui velhos companheiros de luta, que ainda estão levando essa luta à frente.
Como participante dos acontecimentos que passo a relatar, fiz um resumo dos itens mais perguntados; apenas como itens porque a dissertação será a rememoração dos fatos. Para isso,tirei os óculos, a fim de que aqueles que vou citar me olhem bem no fundo dos olhos e tenham a suficiente coragem de afirmar, se for preciso, que tudo aquilo dito aqui é a pura verdade. Se bem que não há necessidade, porque eles próprios já confirmaram em outras ocasiões.
O primeiro item selecionado se refere à razão da minha escolha para a missão de descobrir o local da guerrilha, que hoje se diz Guerrilha do Araguaia.
Em 1969, após a morte do terrorista Mariguella, em São Paulo, em seus documentos, foram feitas várias citações sobre o local da grande área: grande área de treinamento de guerrilha.
Eu estava chegando a Brasília em 1968, já pela segunda vez. Do meu passado, desde 1954, quando fiz o curso de pára-quedista e, em seguida, o curso de Forças Especiais da divisão de pára-quedistas, especializei-me na modalidade guerra na selva. Posteriormente, o curso de operações especiais foi desenvolvido com outras modalidades e, em seguida, foi criado o Centro de Instrução de Guerra na Selva, CIGS.
Detentor do curso de forças especiais e considerado, à época, o elemento com credenciais para desenvolver as operações de selva, eu percorri milhares de vezes a rodovia Belém-Brasília, de Brasília a Belém, estrada pioneira de barro. Eu e minha equipe, de 3 ou 4 homens, chegamos à conclusão, por indícios, de que a Guerrilha do Araguaia estava naquela área, entre o Bico do Papagaio, Xambioá, Marabá, Tocantinópolis e Porto Franco.
O fato, porém, que nos permitiu chegar à área foi a prisão, em Fortaleza, do guerrilheiro Pedro Albuquerque. Naturalmente, ele está olhando para mim, e eu estou olhando para a câmera para ele olhar no fundo dos meus olhos e confirmar que o que eu estou dizendo é verdade. Pedro Albuquerque foi preso quando tentava tirar documentos em Fortaleza. Recolhido ao xadrez, ele tentou suicídio cortando os pulsos. A sentinela, por acaso, passou, viu, deu o alarme e ele foi levado para um hospital da guarnição.
Recuperado o documento de que ele falou, o documento resultante das declarações de Pedro Albuquerque foi enviado diretamente de Fortaleza para Brasília e chegou às mãos do General Bandeira, que imediatamente mandou buscar o preso.
Enquanto eu preparava a equipe, o preso chegou, foi incluído na minha equipe, e partimos, junto com Pedro, para o local onde ele dizia que era o inicial: Xambioá.
Chegamos ao Rio Araguaia, pegamos uma canoa grande, com motor de popa, fomos até ao local de Paradalama. Pedro deve lembrar muito dele: era uma picada ao longo da floresta no sentido do Xingu. Andamos o dia inteiro. Chegamos ao anoitecer na casa do último morador, com o Pedro sendo levado por nós, livre. Não estava algemado, amarrado ou coisa assim. Ele foi acompanhando a nossa equipe. Há várias testemunhas desse episódio aqui presentes, as quais não vou citar, que fizeram parte da minha equipe.
Chegamos à casa de Antônio Pereira, pernoitamos no campo, nos telheiros e, no dia seguinte, às 4h, prosseguimos em direção ao local onde Pedro Albuquerque indicou. Ao chegarmos lá, avistamos 3 homens, isto é, 3 elementos, sendo uma mulher, descansando para almoço, presumo. Aproximamo-nos do local só para conversar com eles, para saber o que eles estavam fazendo lá. Eram 3 e, no nosso grupo, havia 6, então, não tinha problema. Eles fugiram. Chegamos ao local e fiquei inteiramente abismado com o estoque de comida, de material cirúrgico, até oficina de rádio tinha, 60 mochilas de lona, costuradas no local em máquina industrial grande, que tive o prazer de jogar no meio do açude. Tocamos fogo em tudo e voltei sem fazer prisioneiro.
Ora, em qualquer situação, teríamos atirado naqueles homens. Estávamos a 80 metros, um tiro de fuzil os atingiria facilmente. Eles estavam sentados. Mas o nosso objetivo não era matar, não era trucidar.
O nosso objetivo era saber o que eles estavam fazendo lá. De acordo com Pedro Albuquerque, eram guerrilheiros. Estavam na área indicada por Pedro Albuquerque, que viu toda a operação.
Destruímos todo o aparelho deles; metralhamos uma grande quantidade de frutas, melancia, jerimum e muitas outras coisas. Ficamos inteiramente impressionados com a quantidade de comida que havia lá, várias sacas de arroz, até oficina de rádio com equipamentos sofisticados. Era uma oficina rústica, não era como bancada de laboratório da cidade, mas funcionava. O gerador, lá atrás, também funcionava.
Voltamos. Deixamos o pessoal fugir, claro. E o Pedro Albuquerque retornou com dois companheiros nossos e foi recolhido ao xadrez de Xambioá. Nós continuamos na missão. Como os três elementos fugitivos avisaram para o resto do grupo do Destacamento C, mais ao Sul, em frente a São Geraldo do Araguaia, que estávamos indo para lá, ao chegar lá nós os vimos fugindo com muita carga, até violão levavam. Eles estavam se retirando do Destacamento C, do Antônio da Dina e do Pedro Albuquerque.
Pedro Albuquerque nos levou até o Destacamento C, onde havia estado. Ele fugiu porque os bandidos exigiram que ele fizesse um aborto em sua mulher, que estava grávida. Eles não se conformaram com a ordem, principalmenteporque outra guerrilheira grávida tinha sido mandada para São Paulo para ter o filho nas mordomias daquela cidade. Ela era casada com o filho do chefe militar da guerrilha, Maurício Grabois.
Pedro, você está me escutando? Você deve-se lembrar de que declarou isso: que você fugiu porque obrigaram sua mulher a fazer um aborto.
Nós estávamos perseguindo esse grupo e estávamos avançando. Embora chovesse bastante, estávamos nos aproximando. Eles resolveram soltar a carga que estavam levando, e o guia, morador da área, me disse: Agora nós não vamos pegar eles porque estão fugindo para a gameleira. E demos uma meia parada, nessa destruição do equipamento deles, quando pressentimos a vinda de alguém na trilha. Nós estávamos andando no meio da mata e esse elemento vinha pela trilha. Nós nos agachamos e, nisso, veio aquele elemento forte, com chapéu de couro, mochila nas costas e facão na cintura. Então, quando ele chegou no meio do nosso grupo, eu dei a ordem: Prendam esse cara!
Não sei, não posso me lembrar, se foi o Cid ou se foi o Cabo Marra que pegou o Genoino. Esse elemento era o Geraldo, posteriormente identificado como Genoino que naturalmente estáme olhando agora. E eu tirei os óculos justamente para ele me reconhecer, porque da minha cara ninguém esquece, principalmente com aquela cara que eu estava na mata, depois de vários dias passando fome e sede, sujo, cheio de barba. Mas éa mesma cara. É o mesmo olhar da hora em que eu encarei ele e disse: Seu mentiroso! Confesse! Você não tem mais alternativa.
Por que eu descobri que o Genoino era guerrilheiro? Ele se dizia Geraldo e se dizia morador da área. Claro: elemento na área, suspeito, eu mandei deter. Mesmo algemado e com tudo nas costas, uma mochila pesada e grande, ele fugiu. O Cabo Marra deu três tiros de advertência, e ele parou. Mas não parou por causa da advertência, parou porque se emaranhou no cipoal, e o pessoal foi pegá-lo.
Eu perguntei: Por que você está fugindo? Nós apenas estamos querendo conversar com você. Para você não fugir, vamos ter de algemá-lo. Eu sou morador disse ele.
Eu deixei o pessoal especializado em inquirição conversando com o Genoino, até então Geraldo. O pessoal inclusive está presente um desses companheiros, o Cid conversou bastante tempo com o Genoino, quando o Cid veio a mim e disse: Comandante, não tem nada, não. Está bom respondi. Como eu já estava há muito tempo no mato, játinha resolvido intimamente a levar o Genoino preso para Xambioá, mas não falei que essa era a minha determinação. Peguei a mochila dele.
Havia um elemento na minha equipe que era especialista em falar com o pessoal da área, já falecido, um elemento excepcionalmente bom. Rendo minhas homenagens a João Pedro do Rêgo. (Palmas.) O João Pedro, apelidado por nós de Jota Peter ou Javali Solitário, onde estiver estará escutando. João Pedro era um homem que falava com o matuto, com o pessoal da área, porque eu, na minha linguagem urbana, não era entendido nem entendia o que eles falavam. O Javali veio a mim e disse: Ele não tem nada. É morador da área. E falou-me o resto que ele tinha falado.
Eu, como homem de selva, peguei a mochila do Geraldo e comecei a abri-la. Tirei pulôver, rede e um bocado de bagulho da mochila do Geraldo, quando encontrei um tubo de remédio no fundo da mochila. Ao pegar aquele tubo e olhar para o Genoino, vi que ele estava lívido, pálido. Eu ainda lhe disse: Companheiro, fique tranqüilo porque nós não vamos fazer nada com você, você é morador da área. E abri o tubo. Lá encontrei material típico de sobrevivência linha de pesca fina, anzóis. Era material típico de sobrevivência. Como eu havia feito um curso e só sabia teoricamente sobre o assunto, aquele exemplo prático, em um local de difícil acesso na selva amazônica, eu me interessei. À medida que eu ia puxando aquelas linhas o Genoíno aliás, o Geraldo ia ficando mais desesperado.
E quando eu tirei o tubo, olhei para ele, e ele estava branco como papel. E láno fundo eu vi um papel pautado, de caderneta, dessas que todo dono de bodega na área anotava as suas vendas. Cortei uma talisca do meu lado, puxei o papel e lá estava a mensagem do Comandante do Grupamento B da Gameleira, o Osvaldão, para o Comandante do Grupamento C, Antônio da Dina. Estava lá a mensagem que o Genoino transportava para o Antônio da Dina. Era uma mensagem tão curta que ele, como bom escoteiro que era, poderia ter decorado, porque atéhoje, mais de 30 anos passados, eu me lembro do que dizia essa mensagem, mas eu quero que ele mesmo diga o que constava nessa mensagem. Era uma dúzia de palavras em linguajar militar, de próprio punho do Osvaldão, que era o Comandante do Grupamento B da Gameleira, o grupamento mais perigoso da guerrilha, como constatamos no desenrolar das lutas. Foi o grupo que matou o primeiro militar na área. Antes de qualquer pessoa morrer, o grupo do Osvaldão matou o Cabo Rosa, Odílio Cruz Rosa. Depois de esse Odílio Cruz Rosa ser morto, eles mataram mais 2 sargentos e fizeram muito mal aos militares que nada sabiam até então. Só quem sabia era o pessoal de informações. E eu era da área de informações, embora eu operasse à paisana.
Então, o Genoino foi mandado para Xambioá preso. A essa altura ele já deixou de ser detido para ser preso, e falou tudo sobre a área. Quando eu olhei para ele e disse: Você não tem mais alternativa porque aqui está a mensagem. Ele disse: Eu falo. Eu disse: É bom você falar.
Genoíno, olha no meu olho, você estáme vendo. Eu te prendi na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não te demos uma facãozada, não te demos uma bolacha, coisa que me arrependo hoje. (Palmas.). Um elemento da minha equipe, fumador inveterado, abriu um pacote de cigarro, aproveitou aquele papel branco do verso, surgiu um toco de lápis não sei de onde, e o João Pedro começou a anotar o que o Genoíno falava fluentemente nervoso como estava, começou a falar. Eu me levantei do chão, fui até o córrego meio próximo para beber um pouco dágua. Voltei, o papel estava cheio, toda composição da guerrilha nomes, locais, Grupo C ao sul, Grupo B da gameleira, perto de Santa Isabel, e Grupo A perto de Marabá. Eram os três grupos efetivos que eles presumiam completar 30 homens por grupamento e mais um grupo militar comandado por Maurício Grabois. Eu peguei aquele papel e ainda comentei com ele: pô, meu amigo, tu é um cara importante desse negócio aí, hein? E mandei o Geraldo para Xambioá. Ele foi recolhido ao xadrez, posteriormente enviado a Brasília em seguida, três, quatro dias, não me lembro. Veio o veredicto da identificação: o guerrilheiro Geraldo é o José Genoíno Neto, presente em frente ao vídeo, olhando para os meus olhos. Eu sempre tive olhos arregalados, não foi só lána mata, não. Os meus olhos sempre foram arregalados, principalmente em combate. Triste notícia veio depois. O grupo do Genoíno prendeu um filho do Antônio Pereira, aquele senhor humilde, que morava nos confins da picada de Pará da Lama, a 100 Km de São Geraldo.
O filho dele era um garoto de 17 anos, que eu não queria levar como guia, porque ao olhar para ele me lembrei do meu filho que tinha a mesma idade. Então eu disse ao João: Não quero levar o seu filho. Eu sabia das implicações ou já desconfiava.
O pobre coitado do rapaz nos seguiu durante uma manhã, das 5h até o meio-dia, quando encontramos os 3 nos aguardando para almoçar. Pois bem. Depois que nos retiramos, os companheiros do José Genoíno pegaram o rapaz e o esquertejaram. Genoíno, aquele rapaz foi esquartejado, toda Xambioá sabe disso, todos os moradores de Xambioá sabem da vida do pobre coitado do Antonio Pereira, pai do João Pereira, e vocês nunca tiveram a coragem de pedir pelo menos uma desculpa por terem esquartejado o rapaz. Cortaram primeiro uma orelha, na frente da família, no pátio da casa do Antonio Pereira. Cortaram a segunda orelha, o rapaz urrava de dor, e a mãe desmaiou. Eles continuaram, cortaram os dedos, as mãos e no final deram a facada que matou João Pereira.
Esse relatório está escrito no CIE, porque foi escrito por mim, e eles não abrem para os historiadores com medo que isso apareça.
Pois bem. Eles fizeram isso porque o rapaz nos acompanhou durante 6 horas, a fim de servir de exemplo aos outros moradores para não terem contato com o pessoal do Exército, das Forças Armadas. Foi o crime mais hediondo que soube, nemna guerra da Coréia e do Vietnã fizeram isso. Algo parecido só encontrei quando trucidaram o Tenente Alberto Mendes Júnior. O tenente se apresentou voluntariamentepara substituir 2 companheiros que estavam feridos, a turma do Lamarca pegou o rapaz trucidou, castrou e o obrigou a engolir os órgãos genitais.
Então, ao Tenente Alberto Mendes Júnior, foi feito isso, mas o crime contra o João Pereira foi muito mais grave, muito mais horrendo. E eles sabem disso. Peçam desculpa para o AntonioPereira, se ele estiver vivo. Tenham a coragem de reconhecer que toda Xambioá sabe disso.
Genoíno preso e identificado, a guerrilha prossegue. Depois de matar o João Pereira, eles mataram o Cabo Odílio Cruz Rosa; depois do Rosa, eles mataram dois Sargentos; depois dos dois Sargentos, eles atiraram no Tenente Álvaro, que deve contar a história. Como estou contando a história aqui, Álvaro, conte a sua história. Na minha versão, o Álvaro deu voz de prisão para o bandido, eles atiram. O outro que estava do lado ou atrás atirou nas costas do Álvaro, arrancando-lhe a omoplata. Então, depois desse ferido, houve vários feridos e, finalmente, eu fui ferido e tive que sair da área.
Porém, antes, as tropas do Exército saíram da área, vendo que era um movimento mais grave, mais planejado planejado em Cuba, com as mentes que todos estamos vendo como funciona a mente de um comunista. Um comunista tranqüilo, sem arma na mão, tudo bem, é o que ele pensa, a nossa democracia permite isso, mas aquele que pega em arma tem que ser trucidado. Um homem que entra numa mata para combater em nome de um regime de Fidel Castro, esse cara tem que ser morto. (Palmas.)
Terminada a Operação Sucuri, que foi uma operação simplesmente de informações: de que se trata, valor do inimigo, onde eles estão. Enfim, todos os itens necessários para que fosse elaborado uma ordem de operações para o combate da guerrilha. Isso durou 5, 6 meses. Já há literatura muito boa a respeito.
Tirado os militares da área, vejam bem, elementos militares descaracterizados, a paisana, foram postos dentro da mata, desarmados, com identidade falsa ao lado dos bandidos. Qualquer um de nós, de sã consciência, reconhece que esses homens são uns heróis. Se me derem a arma eu vou lá caçar eles de novo hoje. Mas, naquela época, tirar-me as armas e botarem-me na mata, não sei não. No ímpeto da juventude talvez eu fosse, e foi como eles foram: eles foram no ímpeto da juventude eram capitães, tenentes e sargentos.
Bom. Tirada a Operação Sucuri, já sabíamos de que se tratava, confirmadas todas ou quase todas as informações que o Genoíno tinha dado. Três grupos, comando militar e a chefia em São Paulo, chefiada por João Amazonas, que fugiu da área ao primeiro tiro. Grande valentia. Herói, João Amazonas. João Amazonas fugiu da área ao primeiro tiro, junto com Elza Monerat. Deixou lá garotos, estudantes e os fanáticos comunistas, tipo Maurício Grabois, que induziu o filho dele André Grabois, que é o personagem central, o principal desse evento que vou falar agora. Foi o combate contra o grupo militar da guerrilha, comandado por André Grabois. E a esposa dele a Criméia, talvez esteja me olhando, diz que foi emboscada. Não foi emboscada. Em relação a esse grupo militar, como o Exército saiu da área para fazer operação de informações, a Operação Sucuri, eles cantaram vitória: seu Exército é de fritar bolinho.. Muito bem, fritamos bolinho.
Já estava na área e recebi a seguinte ordem: Vá à região de São Domingos a pé, porque de viatura não chega lá. Eles destruíram uma ponte na Transamazônica.
Eu peguei a minha equipe e fui para São Domingos. Atravessei o rio. A ponte estava destruída, mas atravessei o vau. Cheguei a São Domingos, onde o quartel estava incendiado. Ao alvorecer daquele dia se não me engano, 10 de outubro de 1973 , eles destruíram e incendiaram o quartel. Deixaram todos os militares nus, inclusive o tenente comandante do destacamento, e pegaram todo o armamento, toda a munição, todo o fardamento. Entraram na mata e deixaram um recado: Não ousem nos seguir, porque o pau vai quebrar.
Infelizmente, Criméia, o seu marido morreu por isso.
Pude ver as suas pegadas bem nítidas, porque eles estavam carregados com cunhetes de munição, fuzis da PM, revólveres, e foi fácil seguir o grupo.
No terceiro dia, para resumir, houve um encontro. Eles estavam certos de que o Exército não iria lá e estavam caçando porcos. Às 6 da manhã, eu escutei o primeiro tiro e o grito dos porcos. Às 3 horas da tarde, houve o combate. Vejam bem o espaço de tempo: de 6 da manhã às 15 horas..
Eu estava a menos de 10 metros do primeiro homem, que era o comandante do grupo, André Grabois, filho de Maurício Grabois. Ele estava sentado, com o gorro da PM que tomou do tenente na cabeça, e vi que tinha a arma na mão. Olhei para os meus companheiros, que vinham rastejando, e perguntei: Será que vamos encontrar um bando de PMs aí? Olhei, eles entraram em posição, e eu me levantei. Quase encostei o cano da minha arma em André Grabois: Solte a arma. Ele deu aquele pulo, e a arma já estava na minha direção.
Os meus companheiros, que chegavam, acertaram com o André, caso eu estivesse errado, o que era muito difícil, pois estava a 1 metro e meio, 2 metros dele. Foi destruído o grupo militar da guerrilha. Todos eram formados na China, em Pequim, em Cuba. Não me lembro do nome de todos, mas citarei alguns: André Grabois; o pai, Maurício Grabois que mandou-o fazer curso em Cuba; Calatroni, Nunes. João Araguaia se entrincheirou, atrás de um tronco de árvore e não se mexeu e depois do tiroteio, saiu correndo, sem arma. Ninguém atirou no João Araguaia porque ele estava sem arma. O Nunes estava gravemente ferido, mal falava e quando o fazia, o sangue corria pela boca, mas conseguiu dizer a importância do grupo e citou os nomes não sei se nome ou codinome de todos eles. E o Zequinha disse que aquele era o André Grabois. Não sei. Estava morto.
Esse foi o primeiro combate de valor contra os guerrilheiros, mas foram desmoralizados. Eles diziam para os soldados não entrarem na mata porque os oficiais não entravam. Ora, o próprio acampamento dos militares ficava no meio da selva.
Em seguida, ocorreu o incidente do dia 23 de outubro, 10 dias depois. Continuando na perseguição ao bando, encontramos pegadas nítidas no chão de um grupo numeroso. Esse grupo do Zé Carlos era do grupamento A. Fomos encontrar as batidas, depois, soubemos que era do grupamento B, do Osvaldão.
Então, eu já estava a menos de 100m deste grupo. O guia jáestava saindo para retaguarda, porque o guia era morador, ele não tinha nada com a guerra. Ele estava lá auxiliando o Exército a pegar os paulistas, que era como eles chamavam os guerrilheiros. O guia, quando começou a retrair, vi que a coisa estava feia, e continuei. Nisso, um dos guerrilheiros retorna, volta inesperadamente, e deu de cara comigo. Eu agachado, ele olhando para mim. Foi quando dei ordem de prisão para ele: Mãos na cabeça. Ele levantou uma mão, e foi quando vi que era uma mulher. Ela levantou uma mão fazendo sinal de... para eu ficar olhando para a mão enquanto ela desamarrava o coldre. Dei 3 ordens de prisão, mas ela não obedeceu. Quando eu vi que ela estava desamarrando o coldre ainda dei 3 ordens para ela Não faça isso , gritando, porque sempre falei alto, meu tom de voz é esse. Quando ela sacou a arma vi que não tinha jeito e atirei: acertei a perna e ela caiu. E ela caiu feio; não caiu, desmoronou. Ela deu um salto como se tivesse recebido uma patada de elefante. Ela caiu uns 3 metros depois tal o impacto. Eu corri, ela não estava mais com a arma, estava nos estertores da dor, chorando e gritando. Eu disse: Fica calma que vamos te salvar.. Olhei a arma, a selva muito cheia de folhas, não achei a arma. Meu erro: não deixei uma sentinela com ela. Éramos poucos, eles eram 20, eu precisava de gente. Continuamos a perseguição do grupo, e eles atravessaram o córrego. Resolvi voltar, já estava escurecendo. Quando me agachei ela me atirou à queima roupa. Me deu um tiro na mão e acertou na face, que atravessou o véu palatino e se encaixou atrás da coluna, e eu caí. O outro tiro que ela deu acertou o braço do Capital Curió, Subcomandante da minha equipe. O resto da minha equipe revidou, claro.. Encerrada foi a carreira de bandida da Sônia, nome da guerrilheira. Fui carregado. armaram um pau com um rede. Fiquei na rede e estava sendo transportado na mata.
Altas horas da noite, os soldados que estavam me carregando passaram os seus fuzis para os outros do lado e, aqueles que iam levando dois fuzis faziam muito barulho na mata, pois um fuzil batia no outro. E era um barulho que se propagava muito a longa distância. Eles armaram uma emboscada e teria sido o fim. Mas, aquele companheiro, com o qual eu brigava tanto pedindo que ele deixasse de fumar, nos salvou. Ele assumiu o comando da equipe e pediu para parar para dar uma pitada. Isso, a uns cinqüenta metros da emboscada. Paramos e ficou aquele silêncio. Eu fui estendido no chão, dentro da rede e sangrava muito, quase desacordado.
Eles, então, achando que havíamos pressentido a emboscada, aqueles valentes guerrilheiros, fugiram. Claro que eles teriam matado todos nós. Não tenham dúvida. Nós estávamos completamente sem atenção. A minha equipe estava levando o seu comandante quase morto para o primeiro local onde a ambulância poderia alcançar, na localidade de São José, onde pediram uma ambulância para levar um ferido.
De São José a ambulância me levou para Bacaba, de lá para Marabá e de Marabá para Uparaçá e Belém, onde passei uns dias para me restabelecer e ter condições de viajar. Fui, então, levado para Brasília onde fui operado. A operação se revestia de cuidados especiais porque, do contrário, eu ficaria paraplégico para o resto de minha vida. Graças a Deus, as seqüelas foram muito menores e hoje eu estou falando aos senhores aqui, com muita honra.
É muito difícil falarmos em conclusões de uma luta de 4 anos. Citarei apenas 2 itens das conclusões. Permitam-me que os leia. Por isso, coloquei os óculos. Não há mais necessidade de os bandidos me olharem no fundo dos olhos. Estou à disposição deles, a qualquer momento. Quem quiser confirmar comigo o que disse o meu endereço está na Internet. Terei muita satisfação em olhar no fundo dos olhos deles e repetir tudo o que acabei de dizer aos senhores: nada temo, nada tenho a esconder.
Primeira conclusão: tenho imenso orgulho de ter participado desta luta. Por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantasse um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo. E esse risco não acabou.
Segunda conclusão: além de prestar homenagem às bravas esposas dos militares, tanto daquela época da atual, estendo aos membros da minha valorosa equipe a honra de que estou alvo presentemente.
Muito obrigado (Palmas).

01 de dezembro de 2005
Nota de Varican: Transcrição das palavras proferidas pelo Coronel Ref. EB Lício Augusto, por ocasião de Sessão Solene realizada na Câmara dos Deputados em homenagem aos Heróis da Forças Armadas que combateram e derrotaram a Guerrilha do Araguaia.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

JOAQUIM BARBOSA DETONA O PT E A DILMA.


Agora ficam tentando tapar o sol com uma peneira. O problema é que não se pode falar a verdade, parece até que qualquer pessoa medianamente inteligente não tem conhecimento disso. As pessoas podem até fingir que não vêm ou que não interessa, mas ninguém é tão burro assim. Qualquer sonso diz logo que coisas assim não ajudam, mas então,  o que o que é que ajuda? Porque esses mequetrefes não fazem isso então ? Ora!!!!!! Façam-me o favor!!!!

INÉDITO-Médico cubano denuncia Dilma Rousseff no congresso nacional

Alexandre Garcia expõe a FARSA da chegada dos médicos cubanos

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA


Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...
William Shakespeare

“A Insanidade da onda do Politicamente Correto”
ou "a chatice dos politicamente corretos"

Texto de Luiz Antônio Simas

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto. Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/ o cravo ficou feliz / e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas.

A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê.
A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias ou coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade.
O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho.
Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra puta que o pariu e o centroavante pereba tomar no..., cantaremos nas arquibancadas o "allegro" da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de "Jesus, alegria dos homens", do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde.

Defuntos? Não. Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.

Abraços

Luiz Antônio Simas
(Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio)
Comentário
Essa eu não poderia deixar de postar, realmente hoje, por causa do politicamente correto é preciso ter muito cuidado com o que se fala, quer dizer, do jeito que a coisa anda brevemente não existirá mais a liberdade de expressão.

domingo, 7 de abril de 2013

A CEGUEIRA DE MOVIMENTO...


Podem testar também, fixando o olhar em qualquer um dos pontos em amarelo 

 Repassando. Super interessante...


Nas batidas, em que um carro que seguia rapidamente atinge um mais lento saindo de uma via transversal, os motoristas dos carros rápidos, geralmente afirmam não terem visto o veículo vindo da direita ou da esquerda.
Eles não estão mentindo, apenas não viram realmente o outro veículo, mesmo à plena luz do dia. O fenômeno, que diz respeito aos motoristas do carro rápido é chamado de “Cegueira de Movimento”. É incrível mas é verdade e preocupante! 
Os pilotos militares, recebem instrução sobre cegueira de movimento durante seu treinamento, porque ela ocorre em velocidades mais altas e, até certo ponto, isto é aplicável a motoristas também, especialmente aqueles de carros mais velozes.
Desse modo, se você dirige e gosta de fazer direito, leia o que segue com atenção....

Os pilotos são instruídos a alternar o olhar entre varrer o horizonte e o painel de instrumentos quando em voo, e nunca fixá-lo mais que alguns segundos num único objeto. Eles são ensinados a manter a cabeça, como se ela estivesse montada numa rótula e a movimentar os olhos continuamente. Isso porque quando se está em movimento, fixar o olhar num objeto por algum tempo, faz a visão periférica sumir. Essa é a razão desse fenômeno ser chamado de cegueira de movimento! 
Para os pilotos de caça, essa é a única maneira de sobreviver no ar, não apenas durante um combate aéreo, mas também sob as ameaças de tempos de paz como as colisões no ar.

Até cerca de três décadas atrás, esta técnica de “cabeça numa rótula & olhos se movimentando”, era a única maneira de avistar outros aviões por perto. Hoje os pilotos contam com radares, mas a velha técnica ainda tem utilidade.
Veja uma pequena demonstração da cegueira de movimento! É a mesma que é usada para pilotos em treinamento nas salas de aulas, antes mesmo que cheguem perto de um avião.
Clique no atalho abaixo. Vê-se um conjunto de cruzes azuis sobre um fundo preto. Há um ponto verde piscante no centro e três pontos amarelos fixos à volta dele... 

Se fixarmos o olhar no ponto verde mais que alguns segundos, os pontos amarelos desaparecerão aleatoriamente, isolados ou em pares, ou os três de uma vez!!...Na verdade, os pontos amarelos estão sempre lá!
Observe os pontos amarelos por algum tempo, para certeza de que não foram parar em algum lugar. 

Se você não acredita que os pontos amarelos estão sempre lá, pisque continuamente e verá que eles não desaparecem.
( Observe com atenção o exemplo abaixo)


Pode-se alterar a cor de fundo ou a rotação do conjunto, clicando nos botões apropriados.
As observações do autor sob o conjunto giratório,são educativas. 

Assim, se estivermos dirigindo em alta velocidade numa rodovia e se fixarmos o olhar na estrada à frente, não veremos um carro, uma scooter, um bugue, uma bicicleta, uma vaca ou mesmo um ser humano vindo de um lado!...
Agora invertamos a cena!.... Se estivermos atravessando a estrada a pé e um carro rápido vier se aproximando, há 90% de chance que o motorista não esteja nos vendo, pois a visão periférica dele pode estar zerada!.. E poderemos estar naquela zona cega!.. 

Recebi por email e achei muito útil, por isso repasso.

A REVOLUÇÃO SILENCIOSA




Diego Casagrande (JORNALISTA DE PORTO ALEGRE)

Não espere tanques, fuzis e estado de sítio.

Não espere campos de concentração e emissoras de rádio, tevês e as redações ocupadas pelos agentes da supressão das liberdades.

Não espere tanques nas ruas.

Não espere os oficiais do regime com uniformes verdes e estrelinha vermelha circulando nas cidades.

Não espere nada diferente do que estamos vendo há pelo menos duas décadas.

Não espere porque você não vai encontrar, ao menos por enquanto.

A revolução comunista no Brasil já começou e não tem a face historicamente conhecida. Ela é bem diferente. É hoje silenciosa e sorrateira. Sua meta é o subdesenvolvimento. Sua meta é que não possamos decolar.

Age na degradação dos princípios e do pensar das pessoas. Corrói a valorização do trabalho honesto, da pesquisa e da ordem.

Para seus líderes, sociedade onde é preciso ser ordeiro não é democrática.

Para seus pregadores, país onde há mais deveres do que direitos, não serve.

Tem que ser o contrário para que mais parasitas se nutram do Estado e de suas indenizações.

Essa revolução impede as pessoas de sonharem com uma vida econômica melhor, porque quem cresce na vida, quem começa a ter mais, deixa de ser "humano" e passa a ser um capitalista safado e explorador dos outros.

Ter é incompatível com o ser. Esse é o princípio que estamos presenciando.

Todos têm de acreditar nesses valores deturpados que só impedem a evolução das pessoas e, por conseqüência, o despertar de um país e de um povo que deveriam estar lá na frente.

Vai ser triste ver o uso político-ideológico que as escolas brasileiras farão das disciplinas de filosofia e sociologia,tornadas obrigatórias no ensino médio a partir do ano que vem.

A decisão é do ministério da Educação, onde não são poucos os adoradores do regime cubano mantidos com dinheiro público. Quando a norma entrar em vigor, será uma farra para aqueles que sonham com uma sociedade cada vez menos livre, mais estatizada e onde o moderno é circular com a camiseta de um idiota totalitário como Che Guevara.

A constatação que faço é simples.

Hoje, mesmo sem essa malfadada determinação governamental - que é óbvio faz parte da revolução silenciosa - as crianças brasileiras já sofrem um bombardeio ideológico diário.

Elas vêm sendo submetidas ao lixo pedagógico do socialismo, do mofo, do atraso, que vê no coletivismo econômico a saída para todos os males. E pouco importa que este modelo não tenha produzido uma única nação onde suas práticas melhoraram a vida da maioria da população. Ao contrário, ele sempre descamba para o genocídio ou a pobreza absoluta para quase todos.

No Brasil, são as escolas os principais agentes do serviço sujo.

São elas as donas da lavagem cerebral da revolução silenciosa.

Há exceções, é claro, que se perdem na bruma dos simpatizantes vermelhos.

Perdi a conta de quantas vezes já denunciei nos espaços que ocupo no rádio, tevê e internet, escolas caras de Porto Alegre recebendo freis betos e mantendo professores que ensinam às cabecinhas em formação que o bandido não é o que invade e destrói a produção, e sim o invadido, um facínora que "tem" e é "dono" de algo, enquanto outros nada têm.

Como se houvesse relação de causa e efeito.

Recebi de Bagé, interior do Rio Grande do Sul, o livro "Geografia", obrigatório na 5ª série do primeiro grau no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora. Os autores são Antonio Aparecido e Hugo Montenegro.

O Auxiliadora é uma escola tradicional na região, que fica em frente à praça central da cidade e onde muita gente boa se esforça para manter os filhos buscando uma educação de qualidade.

Através desse livro, as crianças aprendem que propriedades grandes são de "alguns" e que assentamentos e pequenas propriedades familiares "são de todos".

Aprendem que "trabalhar livre, sem patrão" é "benefício de toda a comunidade". Aprendem que assentamentos são "uma forma de organização mais solidária... do que nas grandes propriedades rurais".

E também aprendem a ler um enorme texto de... adivinhe quem? João Pedro Stédile, o líder do criminoso MST que há pouco tempo sugeriu o assassinato dos produtores rurais brasileiros.

O mesmo líder que incentiva a invasão, destruição e o roubo do que aos outros pertence. Ele relata como funciona o movimento e se embriaga em
palavras ao descrever que "meninos e meninas, a nova geração de assentados... formam filas na frente da escola, cantam o hino do Movimento dos Sem-Terra e assistem ao hasteamento da bandeira do MST".

Essa é A revolução silenciosa a que me refiro, que faz um texto lixo dentro de um livro lixo parar na mesa de crianças, cujas consciências em formação deveriam ser respeitadas.

Nada mais totalitário. Nada mais antidemocrático. Serviria direitinho em uma escola de inspiração nazifascista.

Tristes são as consequências.

Um grupo de pais está indignado com a escola, mas não consegue se organizar minimamente para protestar e tirar essa porcaria travestida de livro didático do currículo do colégio.

Alguns até reclamam, mas muitos que se tocaram da podridão travestida de ensino têm vergonha de serem vistos como diferentes. Eles não são minoria, eles não estão errados, mas sentem-se assim.

A revolução silenciosa avança e o guarda de quarteirão é o medo do que possam pensar deles.

O antídoto para A revolução silenciosa? Botar a boca no trombone, alertar, denunciar, fazer pensar, incomodar os agentes da "Stazi" silenciosa.

Não há silêncio que resista ao barulho!

Diego Casagrande é jornalista em Porto Alegre/RS
 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Pela culatra...

Recebido por email...

Em 2003, um deputado inglês chamado Chris Huhne foi pego por um radar dirigindo em alta velocidade. Pra não perder a carteira, pois na Inglaterra é feio uma autoridade infringir a Lei, a mulher dele, Vicky Price, assumiu a culpa.
Chris Huhne and Vicky Pryce arriving at Southwark Crown Court earlier

O tempo passa, o deputado vira Ministro da Energia, o casamento acaba, a Vicky decide se vingar e conta a história pra imprensa.

Como é na Inglaterra, o tal do Chris Huhne é obrigado a se demitir primeiro do ministério e depois do Parlamento.

Até aqui foi onde contei a história, porque pensei que a história tinha acabado.

Mas não tinha. Na Inglaterra é crime mentir para a Justiça e ontem a Justiça sentenciou o casal envolvido na fraude do radar em 8 meses de cadeia pra cada um. E vão ter de pagar multa de 120 mil libras, uns 350 mil reais.

Segredo de Justiça? Nem pensar, julgamento aberto ao público e à imprensa.

Segurança nacional? Nem pensar, infrator é infrator.

E o que disse o Primeiro Ministro David Cameron quando soube da condenação do seu ex-ministro: 'É uma conspiração da mídia conservadora para denegrir a imagem do meu governo.' Certo? Errado.

O que disse o Primeiro Ministro David Cameron acerca do seu ex-ministro foi o seguinte: 'É pra todo mundo ficar sabendo que ninguém, por mais alto e poderoso que seja, está fora do braço da Lei.'

Estes ingleses são um bando de idiotas. Só mesmo em paísinhos capitalistas um ministro perde o cargo por mentir para um guarda de trânsito. Porque aqui neste paraíso sindicalista a Primeira Lei que um guarda de trânsito aprende é saber com quem está falando.

Fonte:.guardian.co.uk/

Enquanto isso, no país dos "coroné"...

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